As ideias que nunca concretizarei
Gosto muito de pensar em coisas que nunca farei.
Durante anos, passei por um antigo stand de automóveis na zona do Saldanha, em Lisboa, e imaginei que ali podia nascer um local totalmente diferente.
Com vista para a rua, seria um local onde jovens criadores poderiam trabalhar, cabendo-me a mim a iniciativa de os valorizar e promover.
Costumo ter ideias quando ando, mas talvez pela mesma razão que me fez levar até ao fim o curso de antropologia, nenhuma delas se parece ainda que vagamente com aquilo que se costuma designar por negócio.
Não me interpretem mal, sempre admirei as pessoas a quem nascem negócios na cabeça.
A palavra empreendedor impõe respeito, vejo logo licenças, contabilistas, subsídios do Estado e regressa a vontade de ir andar outra vez.
Mas o processo de alcançar o local onde vivem as ideias vale tudo.